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domingo, 23 de maio de 2010

Poesia que transforma

Na noite desta última quinta-feira (20) participei do concurso de Canção e Poesia do Colégio Estadual de Plataforma. O convite veio da coordenadora do noturno, professora Graci. Nesta ocasião, estava ali como integrante da mesa dos jurados, eu, a colega Iracema, o professor Carlos Guimarães e mais outras duas pessoas cujo nome não recordo. Confesso que a noite foi encantadora. Muito além do que a palavra "encanto" pode exprimir, foi o meu sentimento diante daqueles concorrentes, alunos que fizeram das letras e da poesia um instrumento de protesto.
Está ali, diante do público me trouxe nostalgia. Lembrei-me de certa vez que participei de um concurso de poesia organizado pelo Art & Poesia, grupo de poetas e poetisas da cidade de Salvador. Se não me falha a memória, estava na 6ª séria, e fiz uma poesia com o tema mulher. Fui para final, mas não levei o prêmio. A poesia, ainda hoje proucurei nos meus arquivos, mas não a encontrei, e na memória só resta alguns fragmentos. Àquele época, participar desse concurso e passar por todas as etapas representou muita coisa para mim e para meus familiares, sobretudo minha mãe que acompanhou minhas apresentações. Minhas professoras ficaram bastante contentes, fui o único estudante daquele colégio a participar. Alguns me dizem "você vai longe", "Parabéns, você tem futuro", e eu na ansia de realmente ter um futuro pensado nos moldes televisivos sonhava em mais, apesar de me sentir preso às condições de pobre, morador da periferia etc.
Na quinta-feira, a cada poesia que ouvia sentia um pouco do que aqueles participantes, meninos e meninas podiam está sentido. Ter visibilidade seguida de aplausos não costuma fazer parte do cotidiano desses jovens que em muitos casos não conseguem pensar além dos muros da escola. Um evento desse tipo traz para a realidade escolar e para a vida dessas pessoas um "gás" que os faz deixar todos os problemas de lado por algum momento e gritar bem alto dentro de si: "EU POSSO!!!". E foi com essa percepção que saí daquele espaço. Precisamos, como educadores e educadoras trabalhar a motivação desses jovens e adultos que estão em um ensino que se pretende melhor e igualitário, mas que pouco tem tido sucesso. Os conteúdos abordados em sala são extramamente importante, mas se estão dissocidados do trabalho com a auto estima, com a motivação, não irão produzir o efeito substancial a que se pretendem. Trabalhar com jovens em situação de vunerabilidade, jovens que são da periféria e que reproduzem um discurso da incapacidade de progredir e que reduzem o seu potencial a zero, é sem dúvida uma tarefa que requer compromisso.

E a Arte! Como um fato social, é um caminho para mostrar a estes jovens que pontecial eles tem, só precisam descobri-lo!

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